Escultura: Leo Santana. Foto: Custódio Coimbra

No meio da paisagem tem um poeta.
Toco suas mãos, suas feridas
em meio a tantos saberes no mar da escrita
nossas mãos – produtos de perdas e pedras –
escrevem sobre paz e guerra
sobre (des)caminhos e sonhos abortados.

Tem um poeta
no meio da paisagem.
Da sua retina, diviso o clarão da lua
que abranda a fúria de outras ondas
em Copacabana
a lua, o poeta e outros eus
entre a vida e a morte de mãos dadas
tudo a se multiplicar
numa ciranda de sonhos ao redor

Graça Graúna (indígena potiguara/RN), uma noite em Copacaba/RJ, 1.junho.2008

Nota:poema publicado no Overmundo.

6 comentários sobre “Noturno

  1. Boa tarde, Professora!É muito gratificante a leitura do seu texto. A grandiosidade, o sentimento, a tristeza, o amor manifestado em cada palavra, a sutileza e primor na composição do poema, maravilha pura! Parabéns pela obra e pessoa que és, pelos prêmios da web, etc.Saudações, Marcos Mendes

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  2. Querida Graça,Em vez de uma pedra… Um poeta no caminho. Que encanto de poema leio agora em seu blog! Ai, ai, apenas agora atualizei meu blog e coloquei o lindo meme que você me recomendou… Perdoe-me a demora.Muitos beijos, Madá

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  3. Comentário de Cristiano Melo:———–Grauninha,O poeta em vigília perene num banco de Copa. De costas ao mar e de frente aos transeuntes. Poetas são estátuas de marfim ambulantes, quimeras inspiradas por musas… Fico em dúvida às vezes se isto é um dom ou uma sina.Muito bom ter seu espaço para refletir sobre a poética.Parabénsbeijos

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