…a mesma história, sim,
de sangrar todo mês
de chegar na farmácia
e pedir um tampão pra calar o mugido.
Se isto te aborrece,
paciência!
Quem disse que se mede uma dor,
se é maior ou pequena?Trago sede de viver
apesar da exclusão
e de sangrar por dentro.
Se isto te enfurece,
paciência!
Custa entender
que Deus também veste saia
e conversa comigo?

Graça Graúna, (indígena potiguara/RN), 3 de maio de 2009.

Nota: era aproximadamente 15 horas, quando acabei de parir mais um poema. Ademario Ribeiro, mesmo longe, ajudou na hora da “pensação” (como ele diz) na feitura do nome do rebento. Ele sugeriu kuá (em tupi, significa: fenda, luz, mundo, buraco, vida no universo…); tudo a ver com a fertilidade vermelha que sai do buraco feminino que enche de vida e dá “luz” para o mundo. A imagem de Frida foi uma sugestação de Agnes, minha filha. E o nome do poema ficou assim: Kuá, a explosão feminina!

————-
Nota: poema publicado no Overmundo.

10 comentários sobre “Kuá, a explosão feminina!

  1. Comentário da minha filha Agnes, no dia 3 de maio de 2009, as 1h55min Sempre me surpreendo com a força de suas palavras, você consegue ser tão objetiva e incisiva! Exemplo de força pra mim

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  2. mensagem pessoal de Ademario Ribeiro, no Overmundo (3/5/2009, as 18:08):Urru! Arrá!Põe jáp\’ra publicareste mundo paridona fenda de Grauná!lindo, lindo p\’ra viverP\’ra vingar a vida a desejarardente,sempre,sementeda Graça e do Encantar!!!AR

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