Na trilha das mulheres árvores

Texto: Graça Graúna (indígena potiguara/RN)
Na Trilha das Kura-Bakairi: de mulheres árvores ao associativismo do Instituto Yukamaniru. Eis o título do artigo de Isabel Taukane (povo Bakairi/MT), aluna do Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Indígenas. Sob a orientação do Prof. Dr. Henyo Barrtob Filho (UNB), Isabel Taukane defenderá o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).  A Comissão de Defesa de Mestrado é composta pelas seguintes professoras: Profª Drª. Cristiane Portela (membro interno), Profª. Drª. Thereza Martha Pressoti Guimarães (membro externo: UFMT) e Profª. Drª. Graça Graúna (povo Potiguara; convidada indígena de honra: escritora de literatura indígena) e a titular Profª Drª Monica Nogueira (membro interno), como suplente.
Data: 30/01/2013
Hora: 09hs
Local: Centro de Desenvolvimento Sustentável – CDS/UnB, Brasília/DF.

Filme "Hotxuá" registra cotidiano dos krahô

Imagem extraída do Google

Texto: Matheus Magenta

          Conhecida pelo ativismo em causas como a preservação do meio ambiente, a atriz Letícia Sabatella estreia na direção com o documentário “Hotxuá” (2009).
              O filme, que chega hoje aos cinemas, é um registro do dia a dia de índios krahô, do Tocantins, narrado a partir da figura de um palhaço indígena – o “hotxuá”. Segundo ela, o objetivo do longa, dirigido em parceria com o artista plástico e cenógrafo Gringo Cardia, é fazer um intercâmbio entre a cultura krahô e outras culturas. “A gente não quer ver o índio como algo que precisa ser preservado num zoológico, numa redoma de isolamento”, disse ela à Folha.
             O documentário de 70 minutos registra principalmente a festa da batata, ritual que marca a passagem da estação chuvosa para a seca, com foco na figura do “hotxuá”. O palhaço sagrado, ou sacerdote do riso, como descreve Sabatella, usa o humor para melhorar a autoestima da tribo e amenizar disputas. “A figura do palhaço mostra uma aceitação do diferente em qualquer sociedade. Ele revela outra visão de mundo, fundamental para a manutenção de reinos e sabedorias e inibição de ditaduras.”
             A princípio, o filme abordaria também o papel do palhaço na sociedade, de forma geral. Durante as gravações, porém, os diretores optaram por uma experiência de imersão na vida da tribo. Atendo-se ao registro factual, o filme aborda temas atuais -como o avanço do plantio de monoculturas (soja, por exemplo) e a construção de barragens- apenas superficialmente, em trechos de conversas na tribo. Primeiro contato Sabatella conheceu a etnia krahô em 1996, durante uma pesquisa dramatúrgica feita com um grupo de atores. O encontro decorreu de um convite do antropólogo e indigenista Fernando Schiavini. Segundo Schiavini, a população da etnia krahô é formada atualmente por quase 3.000 pessoas em 28 aldeias.
          A terra indígena ocupada por essas aldeias – uma área de 320 mil hectares (equivalente a cerca de 2.020 parques Ibirapuera)- foi demarcada, conforme ele conta, em 1951, após um conflito entre índios e fazendeiros da região.

Direção Letícia Sabatella e Gringo Cardia
Produção Brasil, 2009
Onde Cine Livraria Cultura e Frei Caneca Unibanco Arteplex
Classificação livre

FSP, 17/02/2012, Ilustrada, p. E6

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada