Antologia de mulheres indígenas de America Latina

          Comentário de Eliane Potiguara a respeito dessa Antologia:
        “Foi lançada uma antologia de mulheres indígenas no Equador, neste evento que estive.
A antologia é lindísssima e se chama  “COLLAR DE HISTORIAS Y LUNA”, sairam textos meus e de Graça Graúna. Eu havia indicado outras indígenas também, mas só saiu da Graça. É uma antologia de poesias de Mujeres Indígenas de Améerica Latina. Estou muito orgulhosa por isso, também fiz um discurso de 8 páginas e breve enviarei para vocês, acompanhado com uma apresentação em power point com 17 slides.
          Depois vou scanear a capa da coletânea e enviar também”. (Eliane Potiguara/Rede Grumin de Mulheres ndígenas)

Mulheres africanas conquistam o Nobel da Paz

Imagem extraída do Google
Texto: Graça Graúna
           Desde o início da campanha sobre o Nobel da Paz para mulheres africanas, não pensei duas vezes para acolher neste Blog  a ideia de acompanhar a luta dessas mulheres. No Brasil, a campanha muito divulgada também pela Agência de Notícias Adital foi se juntando à força de blogueiros, professores, estudantes, escritores, ativistas de direitos humanos e uma porção de gente corajosa que acredita na luta pela não violência. Fico feliz em ver o Nobel da Paz destinado a três mulheres guerreiras originárias da África; uma alegria igual a que senti quando uma mulher indígena guatemalteca – Rigoberta Menchu – foi agraciada também pelo Nobel da Paz, em 1992, por seu ativismo pelos direitos humanos.

Rigoberta Menchu – Imagem extraída do Google

          Conforme o site da Adital, a campanha nasceu  na Itália e  percorreu o mundo para incentivar a entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2011 para as mulheres africanas. “A proposta é da CIPSI, coordenação de 48 associações de solidariedade internacional, e da ChiAma África, surgida no Senegal, em Dakar, durante o seminário internacional por um Novo Pacto de Solidariedade entre Europa e África, que aconteceu de 28 a 30 de dezembro de 2008” (cf. Adital).

As três mulheres africanas agraciadas com o Premio Nobel da Paz são: ELLEN JOHNSON-SIRLEAF, da Libéria; a sua colega iemenita TAWAKKUL GBOWEE e KARMAN. A luta dessas mulheres tem como característica a não violência; a segurança das mulheres e os direitos das mulheres nos trabalhos de pacificação, conforme informações do  Comitê Norueguês do Nobel. 
SIRELAF JOHNSON, filha do primeiro indígena eleito da Libéria –  é a presidente democraticamente eleita e a primeira mulher da Libéria, desde 2006. Viveu grande parte de sua vida nos Estados Unidos como funcionária do Banco Mundial. 
A outra ganhadora do Noebel é GBOWEE, aos 39 anos; ativista política, integrada ao movimento pela paz, denunciou a última guerra civil que devastou a Libéria de 1999-2003 e que terminou com a eleição de Johnson-Sirelaf. 
Também recebeu o prêmio a iemenita TAWAKKUL KARMAN; líder do grupo de mulheres jornalistas que ela fundou em 2005. A luta de Karman é marcada também por seus protestos contra Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen.
Os prêmios serão apresentados formalmente em duas cerimônias paralelas em 10 de dezembro de 2011, em Estocolmo, na Suécia. 

ONU Mulheres revela que desigualdades de gênero persistem

Maria da Penha. Imagem extraída do Google
Camila Maciel (Jornalista da Adital)
Em seu primeiro relatório, divulgado nessa quarta-feira (6), a ONU Mulheres reconhece os avanços alcançados na questão da igualdade de gênero no mundo, mas revela que muitas mulheres seguem vivenciando injustiças, violências e desigualdades. Nesse sentido, o organismo das Nações Unidas (ONU) chama os governos a adotarem medidas emergenciais para “erradicar as injustiças que mantêm as mulheres na pobreza e com menos poder que os homens”.
Revogar leis que discriminam as mulheres, garantir legislação que as proteja, apoiar serviços inovadores de justiça, colocá-las em primeiro plano da administração da justiça e investir em sistemas de saúde que dêem respostas às necessidades das mulheres foram as ações destacadas como urgentes a serem tomadas pelos governos.
“Com a metade da população mundial em jogo, as constatações do relatório constituem um enérgico chamado à ação”, declarou Michelle Bachelet, secretária geral adjunta e diretora executiva de ONU Mulheres, de acordo com relatório.
Intitulado “O progresso das mulheres no mundo: em busca da justiça”, o relatório assinala, como um dos avanços, que 139 países e territórios consagram a igualdade de gênero em suas constituições. O voto feminino, quase que universal, também é citado como exemplo. Outro avanço destacado está no Equador, onde o direito das mulheres indígenas de participar dos governos e dos sistemas judiciais está, agora, consagrado na Constituição.
Por outro lado, no âmbito doméstico, 603 milhões de mulheres ainda vivem em países onde a violência nesse campo não é considerada um delito. Com relação ao trabalho, mesmo com leis que garantem igualdade de remuneração em 117 nações, as mulheres recebem até 30% menos que os homens em alguns países. Além dos empregos vulneráveis que atingem, mundialmente, cerca de 600 milhões de mulheres.
ONU Mulheres destaca que mudanças na legislação podem representar um começo, mas é fundamental que as leis sejam implementadas. “Muitas mulheres não se atrevem a denunciar os delitos devido ao estigma social e a sistemas judiciais débeis”. A Lei Maria da Penha, no Brasil, é citada como exemplo de como as reformas legislativas podem “assentar as bases de uma mudança de atitude e transformar a situação das mulheres na sociedade”, destaca o informe.
Para mudar a legislação, o relatório revela como fundamental a representação feminina no parlamento. Na América Latina, Argentina, Bolívia, Costa Rica, Cuba, Equador e Guiana alcançaram 30% de legisladoras. Apenas quatro países do mundo têm mais do que essa porcentagem, no qual se encontra Costa Rica. Nessa região, quatro chefes de estado ou de governo são mulheres: Argentina, Costa Rica, Brasil e Trinidad e Tobago.
A esfera privada continua sendo um desafio para América Latina, apesar da aprovação de leis contra a violência doméstica em 97% dos países. Na prática, essa realidade ainda é frequente. Um estudo em 11 países mostrou que até 16% das mulheres já havia sofrido violência pelo menos uma vez na vida. As atitudes, contudo, podem estar mudando. Outro estudo, em sete países, demonstrou que 85% condenam a agressão de um homem contra sua esposa.
Dentre as ações destacadas por ONU Mulheres como importantes para que a justiça seja mais acessível às mulheres, está o emprego de mais mulheres como policiais. A experiência na América Latina demonstra que isso tem provocado um maior número de denúncias de violência de gênero. A região é líder no número de policiais femininas. Brasil foi o primeiro país, em 1985, a abrir uma delegacia de polícia de mulheres, na cidade de São Paulo. Além de empregar mulheres policiais, o relatório recomenda, ainda, investir em centros integrais de atenção à mulher, oferecer assistência e alfabetização legal, além de criar tribunais especializados.
Para ler o relatório na íntegra: http://progress.unwomen.org/