Rap indígena no Fórum Social Temático 2012

Imagem extraída do site: http://www.vermelho.org.br/
O primeiro grupo de rap indígena do Brasil, o Brô MCs, se apresentará no dia 26 de janeiro durante o Fórum Social Temático (FST) 2012, em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre (RS), às 21h. Os rappers farão a Ópera Rap Global, uma releitura do livro Rap Global, do sociólogo português Boaventura de Souza Santos. Em entrevista à Central Únical de Favelas (Cufa), eles contam como o grupo surgiu.
Para saber mais, acesse o link:

Thiago Pethit: a doçura que vem da voz humana

          Em meio aos problemas tantos aos quais estamos expostos no dia a dia, a boa música tem o poder de nos colocar nos eixos; de nos salvar da margem e de não nos sentirmos forasteiros, ainda que por alguns momentos. E quando temos a oportunidade de sentir o nosso lugar no mundo, de apreciar, ouvir, ver de perto e poder intuir a doçura que vem da voz humana; aí parece que os problemas ganham soluções. Compartilhar essa experiência é uma aventura humana.
          Na verdade, a boa música nos veste de coragem pra seguirmos a luta; a boa música nos anima pela estrada da vida, ainda que sejamos tentados a abandonar a fé que nos resta. A boa música, a letra inteligente das canções, a voz sensível do poeta, do cantor pode trazer luz onde enxergamos escuridão; pode trazer paz, mesmo quando nos sentimos fragilizados. Foi isto que senti diante do artista, do poeta-cantor Thiago Pethit: um nome que encantou uma seleta plateia de recifenses e um coro que ecoou pelo céu noturno e chuvoso do bairro da Várzea. Esse poeta-cantor emocionou a todos e eu, aqui, continuo no meu estado de encantamento. Insisto em dizer que a música de Thiago Pethit é um presente na vida de quem vive a experiência humana.
          Sendo assim, tomo a liberdade de transcrever algumas letras que eu amo bastante e de quebra também apresento a imagem do presente que ganhei da minha filha: um CD gravado em São Paulo, entre o outono e o inverno de 2008; um CD autografado e com a riqueza das ilustrações de um piano, um violão, uma mala esperando a próxima viagem e a lembrança triste de um passarinho na gaiola. Boa sorte Thiago Pethit. Que Ñanderu acolha a sua poética caminhada em qualquer lugar do mundo.
Graça Graúna
Nordeste do Brasil, com as chuvas de verão de 2012

Algumas composições de Thiago Pethit. Para acessar o vídeo clic  no título da música:Não se vá
Thiago Pethit

Espero que você não se vá
Se eu não tiver nada mais para te contar
Não sei dizer, quem dirá?
Talvez numa segunda fria
Ou num domingo de sol pela manhã
É triste sim, eu sei
Duas pessoas em silêncio
Sempre dão tanto o que falar
Então me espere na terça
Ou depois de amanhã
Quem sabe?
Na quinta ou sexta, no mais tardar
Eu direi
Não se vá
Mapa-Múndi
Thiago Pethit
Me escreva uma carta sem remetente
Só o necessário e se está contente
Tente lembrar quais eram os planos
Se nada mudou com o passar dos anos
E me pergunte o que será do nosso amor?
Descreva pra mim sua latitude
Que eu tento te achar no mapa-múndi
Ponha um pouco de delicadeza
No que escrever e onde quer que me esqueças
E eu te pergunto o que será do nosso amor?
Ah! Se eu pudesse voltar atrás
Ah! Se eu pudesse voltar.

Já nasceu Deus-Menino!!!

 
Entardecer no Ibirapuera. Imagem extraída do Google.

Às vésperas do Natal estive no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, numa tarde de domingo com muito sol para celebrar também o início do Verão. Poucas vezes vi o céu de São Paulo com um azul tão nítido e com mesclas amarelas cor de girassol, contrastando com o céu geralmente cinzento decorrente da poluição.

Ibirapuera. Imagem extraída do Google

 

Com o horário de verão o dia pareceu mais longo e as luzes que decoram a fonte do Parque Ibirapuera foram acesas tarde da noite ao som de belas canções, entre elas uma das mais conhecidas composições de John Lennon e Yoko Ono: “Happy Xmas” (http://letras.terra.com.br/john-lennon/#mais-acessadas/22568/).

 
Ibirapuera. Imagem extraída do Google

Na ocasião, centenas de pessoas se acotovelavam na grama para ver mais um espetáculo: a dança das águas e o arvoredo repleto de luz. Também chamou a atenção dos freqüentadores do parque e de todos que estavam ali pelo espírito natalino a grande árvore decorada com anjos, estrelas, sinos e caixas de presente com grandes laços e outros enfeites.  A cada ano que passa, essa árvore surpreende com o seu tamanho os visitantes de várias partes do mundo.

 

Ibirapuera. Imagem extraída do Google

Dois dias antes da festividade em torno do nascimento do Menino-Deus, eu e parte da minha família vimos e ouvimos no Eixo Monumental de Brasília (DF) o coral da cidade que brindou a todos com uma das Bachianas de Heitor Villa-Lobos. Na tão esperada Noite de Natal, nós nos reunimos e agradecemos ao Altíssimo a oportunidade de estarmos juntos, mais uma vez, ainda que uma parte de cada um de nós esteja cumprindo seu ritmo em outras partes do mundo: Pernambuco, Natal (RN), Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo, Barcelona (Espanha).

 
Fonte luminosa do Eixo Monumental/DF. Imagem extraída do Google

E a propósito da mescla cultural em que estamos inseridos, aproveito o momento para encerrar esta reflexão com um pensamento indígena. Nesta perspectiva, tomo a liberdade de compartilhar a mensagem natalina que outros indígenas e eu recebemos do parente Ely da etnia Macuxi (Roraima): “O tempo do Natal é um bom momento para renovarmos nossas esperanças e fortalecer nossa fé num mundo mais justo, mais humano e fraterno para todos. Um bom momento para agradecer o apoio e generosidade de sua amizade e companheirismo. Que o bom Deus, neste Natal, conceda muitas bençãos, saúde e paz para você e sua família.

Que Ñanderu nos acolha, onde quer que a gente esteja.

Que 2012 seja de muita alegria, justiça e prosperidade!

Brasília/DF, verão de 2011

Graça Graúna (indígena potiguara/RN)