Davi Kopenawa Yanomami visita os Mbyá-Guarani no Rio Grande do Sul

Acampamento Guarani às margens da BR-116, no Rio Grande do Sul
Fonte: Socioambiental
 
Alguns dias antes de a homologação da Terra Indígena Yanomami completar 20 anos, Davi Kopenawa esteve no Rio Grande do Sul visitando os Mbyá-Guarani, povo indígena que ainda luta pelo reconhecimento de seus direitos e pela retomada de suas terras. Para saber mais, acesse:

Hutukara realiza IIº Encontro de Xamãs Yanomami

 Txto e imagem: ISA
Em ano de comemoração dos 20 anos de homologação da Terra Indígena Yanomami, evento reforça a importância do xamanismo na defesa territorial e proteção ambiental.
Logo dos 20 anos da TI Yanomami
A convite de Davi Kopenawa, presidente da Hutukara Associação Yanomami, 33 dos principais xamãs Yanomami reuniram-se na aldeia Watoriki (AM) entre os dias 24 e 28 de abril para trocar experiências e juntar forças na defesa do território indígena invadido por garimpeiros e fazendas. O encontro contou ainda com a participação de Vicente Castro, o mais antigo e prestigiado xamã Ye’kuana, etnia que também vive na Terra Indígena Yanomami.
Assim como o 1º Encontro, que ocorreu em março de 2011, o 2º Encontro foi idealizado e organizado pela Hutukara em parceria com o ISA e o Instituto do Século XXI (i21), e teve a participação de xamãs das regiões do Demini, Toototobi, Parawau, Novo Demini, Missão Catrimani e Komixi.
Vicente Castro, o mais antigo xamã Ye’kuana, e Davi Kopenawa
No contexto das comemorações de 20 anos de homologação da Terra Indígena Yanomami (1992-2012), as grandes pajelanças coletivas realizadas durante o evento foram voltadas especialmente para a proteção da ”terra-floresta” (urihi a), promovendo a “limpeza” xamânica das áreas degradadas pelo garimpo e desmatadas pelas fazendas, intensificando a luta dos espíritos da floresta (xapiri pë) contra os invasores.
Xamãs reunidos no patio central da aldeia Watoriki
Outro objetivo fundamental do encontro foi consolidar a transmissão dos saberes e rituais xamânicos tradicionais para as novas gerações Yanomami a fim de garantir a perenidade da luta pela defesa da Terra Indígena. Assim, as grandes sessões xamânicas diárias na aldeia Watorikicontaram com a participação de um importante contigente de jovens xamãs em processo de iniciação, entre os quais se destacou Gleidison Yanomami de apenas 16 anos, o mais recente aprendiz xamã da comunidade.
O jovem xamã Gleidison Yanomami
O encontro foi integralmente registrado pelo cinegrafista yanomami Morzaniel Iramari, que editará um vídeo sobre o evento no quadro das comemorações dos 20 anos da Terra Indígena Yanomami. O video será divulgado pela Hutukara em todas regiões da área Yanomami e colocado a disposição do público no site da Hutukara. Veja em vídeo uma seleção das imagens registradas

Saber dos xamãs jaguares do Yuruparí é nomeado patrimônio imaterial

Imagem extraída do Google: flickr.com/ Chamanes jaguares del Yuruparí de Colombia.
O saber tradicional dos xamãs jaguares do Yuruparí, na Amazônia colombiana, entrou neste domingo para a Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco.
O comitê de analistas da Unesco aprovou sua inclusão durante reunião em Bali, na Indonésia, ao considerar que este modo de vida, herança milenar dos ancestrais, é um sistema integral de conhecimento com características físicas e espirituais.
“Esta notícia é um enorme esperança para a comunidade que tem plena certeza de que esta decisão é um instrumento de salvaguarda desta sabedoria”, disse o diretor de Patrimônio da Colômbia, Juan Luis Isaza, em seu discurso de agradecimento.
Os xamãs do Yuruparí transmitem “uma cosmovisão associada a um território sagrado para eles, um conhecimento graças ao qual acham que o mundo pode estar em equilíbrio”, explicou Isaza.
Os jaguares de Yuruparí, que habitam nas cercanias do rio Pirá Paraná, transmitem por via masculina e desde o nascimento o Hee Yaia Keti Oka, uma sabedoria que foi entregue a eles desde suas origens pelos Ayowa (criadores) para cuidar do território e da vida.
O diretor de Patrimônio da Colômbia detalhou que esta cultura está ameaçada pela perda de interesse dos mais jovens e a interação com a “arrasadora cultura ocidental”.
A designação também ajudará, segundo Isaza, a combater os perigos que espreitam este povo que viveu sempre isolado do “contato com colonos, madeireiros, mineiros e políticos que, segundo os xamãs, vulneram o território e o equilíbrio”.
“O reconhecimento da Unesco serve para proteger e resgatar não só seu pensamento, também seu território, porque estão profundamente relacionados”, assegurou Isaza.