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Tópico: Literatura indígena
O título do presente texto remete ao prefácio que a ensaísta Randra Kevelyn B. Barros (UESC/BA) fez para Canto Mestizo. Pra começo de conversa, tomo a liberdade de sublinhar um trecho das palavras de Randra (2023, p. 9), o seu depoimento generoso acerca do primeiro contato com esse livro que, em 2024, completará 25 anos:
“Quando li pela primeira vez Canto Mestizo, edição de 1999, fiquei fascinada com os poemas que compõem o livro. A sonoridade e o ritmo das palavras nos versos, assim como as histórias e culturas discutidas nos textos, me hipnotizaram. É com alegria que reencontro esta obra, que na edição de 2023 continua provocando encantamento. Mais de vinte anos após a primeira publicação, a leitura de Canto Mestizo se torna ainda mais necessária, tanto pela sua força poética e linguística, quanto por abordar temas que frequentemente ignoramos. (…) A nova edição de Canto Mestizo, por meio da “Retomada Editorial” (um selo autônomo criado pela escritora), mostra que o cultivo de poesia traz fartas colheitas, especialmente para o público que poderá experimentar o sabor das palavras”.
Para celebrar os 25 anos desse livrinho, espero realizar alguns encontros com pessoas que, ao longo desse tempo, escreveram cartas, ensaios, dissertações, teses, relatos, Tccs e tantos outros exercícios de escrita em que não pouparam em revelar a grandeza de suas almas acerca de um cantar que, na concepção de Randra, se torna expandido “por meio do contato com diferentes línguas nos poemas: tupi, crioulo, guarani, inglês, espanhol […] Os poemas mostram que a escrita pode ser um instrumento de encontro com a própria ancestralidade, pois há uma força no ato de escrever que alimenta uma conexão ancestral, a partir das vivências da autora”.
Ao me vestir de coragem para reeditar Canto Mestizo, o fiz como forma também de agradecimento a todas as pessoas que (direta e indiretamente) testemunharam sobre o prazer de ler; sobre a importância do hábito de leitura, sobre a escrita comprometida com o social e sobretudo pela solidariedade da coordenação editorial e a força do coletivo ao unir leitores, leitoras indigenas e não indígenas; confirmando, assim, o que eu costumo sempre dizer: a Ancestralidade nos une.
Graça Graúna (filha do povo potiguara/RN)
PARA SABER MAIS
Coordenação Editorial: Fabiano José Arcácio
Graça Graúna. Canto metizo. 2. ed. Recife: Retomada Editorial, 2023, 70p. /Ilustração da Capa: Graça Graúna/
Opções de compra: envio também pelos Correios (sem o frete); usamos pix.
Pré-venda: as pessoas interessdas podem solicitar pelo e-mail: teardapalavra@gmail.com
Lançamentos e Rodas de conversa para celebrar os 25 anos de Canto Mestizo; nos seguintes locais e períodos (Programação em aberto:)
Janeiro, dia 13, as 19h. Livraria Circulares, Asa Norte, Qd. 103, Brasilia/DF.
Março (1ª quinzena), Espaço Pasargada, Recife/PE
AbriL indígena, UESC, Ilhéus/BA
Maio (2ª quinzena), Oca Potiguara de Lagoa Grande, Ceará Mirim/RN