Bonecas Karajá: patrimônio cultural brasileiro

Imagem extraaída do MEC/Portal do professor
Foi aprovado pelo Conselho Consultivo, em Brasília, o mais novo patrimônio cultural brasileiro.
          As Bonecas Karajá acabam de entrar para a lista dos bens registrados como Patrimônio Cultural Brasileiro. Nesta quarta-feira, 25, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, reunido em Brasília, aprovou o Ofício e os Modos de Fazer essas obras de arte, que, além de serem uma referência cultural nas aldeias indígenas, representam, muitas vezes, a única fonte de renda das famílias.
          O conselho, formado por 22 especialistas de diversas áreas, é presidido por Luiz Fernando de Almeida, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura.  Todos os processos de tombamento e registro são avaliados pelo conselho.          A proposta referente às bonecas Karajá foi apresentada ao Iphan pelas lideranças indígenas das aldeias Buridina e Bdè-Burè, localizadas em Aruanã, Goiás – GO, e das aldeias Santa Isabel do Morro, Watau e Werebia, localizadas na Ilha do Bananal, Tocantins – TO, com anuência de membros das aldeias Buridina, Bdè-Burè e Santa Isabel do Morro.

Bens protegidos
          O registro foi comemorado. Luiz Fernando de Almeida, por exemplo, que preside o Iphan, ressaltou o  trabalho do órgão de ampliar o número de bens protegidos em todo o país e de alterar a interpretação do que é patrimônio cultural. Para ele, o registro do Ofício e dos Modos de Fazer as Bonecas Karajá “representa uma dimensão de reconhecimento como patrimônio a cultura de comunidades indígenas, como o povo Karajá, ainda pouco conhecida, mas que é fundamental dentro do processo de formação do nós somos do povo brasileiro”.
          O projeto Bonecas Karajá: Arte, Memória e Identidade Indígena no Araguaia foi iniciado em 2009 e vem sendo supervisionado pelo Departamento de Patrimônio Imaterial – DPI/Iphan e coordenado pela Superintendência do Iphan em Goiás, que privilegiou o estudo dos aspectos imateriais das bonecas Karajá. As pesquisas para identificar e documentar o ofício, os modos de fazer e as formas de expressão que envolvem a produção das bonecas Karajá foram realizadas com a comunidade nas aldeias Buridina Mahãdu e Bdé-Buré, em Aruanã – GO, e da aldeia de Santa Isabel do Morro, ou Hawalò Mahãdu, na Ilha do Bananal – TO.
          Com o Registro, o Iphan quer estimular a produção das bonecas entre as mulheres Karajá, possibilitando o crescimento das condições de autonomia das ceramistas frente às demandas externas e, ainda, fortalecer os mecanismos de reafirmação da identidade Karajá.
 Fonte: Ascom/Iphan

Dos sonhos, rios e pedras na Pinacoteca

Caminhando calmamente por uma rua arborizada da cidade, avistei um prédio branco, baixo e bem amplo. Na entrada, a escadaria e as portas bem largas dão sinais que a informação está correta; não tem errada, do outro lado dá até pra ver a Cidade da Criança.  Seguindo o mapa, entrei na Pinacoteca de São Bernardo do Campo para cumprir mais um ritual que eu faço sempre quando tenho a oportunidade de conhecer uma cidade pela vez primeira: visitar igrejas, museus, livrarias, brechós, cafés, cinemas, feira, praças, algumas aldeias e o que mais a geografia e o senhor tempo permitir.
Imagem extraída do Google
O cenário externo da Pinacoteca traz um pequeno jardim de esculturas que se transforma em convite para os curiosos e os amantes das artes se aproximarem sem medo e, devgarosamente, se deixarem levar pelo encantamento que a arte pode provocar; ainda que esse encantamento venha mesclado de susto diante de uma série de realidades que os menos avisados não suportam ver.
Tão logo entrei no hall do prédio, um funcionário atencioso me acompanhou pela escadaria interna que leva ao piso superior e de repente fui agraciada pela memória das águas na exposição “Rio acima rio abaixo”, da artista plástica Beta. Entre as pedras brancas dos rios e a cor de barro de outras pedras arrumadas num pote uma escultura simboliza, talvez, a mãe da cachoeira ou a guardiã do caminho das águas, das conchas e escamas do universo aquático de que somos feitos, de onde viemos. Penso que a arte de Beta em “Rio acima rio abaixo” traz um recado que devemos intuir a propósito do grande acontecimento que é/será Rio+20; por isso mesmo nunca é demais abraçar a ideia de que somos uma pequena gota de água que faz parte de um rio que luta para sobreviver.
Pelo direito de sonhar, o artista plástico Ricardo Amadasi – com a exposição “A estrutura e o sonho” – nos aproxima de uma realidade que se entrelaça ao desejo de paz simbolizada também, nos pássaros que distendem suas asas em muitas de suas gravuras, a exemplo da pomba que vela o sono de crianças abandonadas num banco de praça; talvez seja a mesma pomba que ao lado de uma criança provoca a unidade na pintura intitulada “Somos o que somos juntos” e que também parece acompanhar os volteios de um balão na gravura “Balão vermelho”.
Mas nem tudo é tão pacífico na obra de Amadasi, tanto assim que ao sair da exposição gravei na memória a imagem de uma família com fome; tem gente com fome, como denuncia a poesia de Solano Trindade – poeta pernambucano do bairro de São José dos arrecifes e que foi adotado pela cidade de Embu das Artes/SP. Tem gente com fome
Amadasi: “Jantar em família”. Imagem extraída do Google
A escultura intitulada “jantar em família” trouxe a minha memória o poema “Bicho”, do pernambucano Manoel Bandeira; nesse poema ele revela o quanto homens e bichos parecem tão semelhantes – em meio ao lixo – lutando pela sobrevivência.
Para encerrar a minha visita à Pinacoteca de São Bernardo do Campo, fui conduzida ao ateliê de litografia colaborativa pelo imaginário vindo do grafismo quase rupestre que eu avistei desde a entrada do corredor, no térreo da Pinacoteca. O responsável por esse imaginário é o mestre alemão de litografia – Roberto Gyarfi, isto é, um dos mais preparados experientes impressores litográficos do Brasil.
Imagem extraída do Google
Enquanto eu apreciava a pequena sala decorada pelo trabalho artístico dos seus alunos, ele falava dos sentidos da “Educação pela pedra” – titulo do seu curso de litografia. Tomei a liberdade de dizer ao mestre Roberto Gyarfi que a ideia de educação pela pedra me leva a João Cabral, outro poeta pernambucano. Ele sorriu e concordou comigo e foi explanando a sua paixão pela arte de “escrever na pedra”, como faziam os antigos.
É isto o que eu tenho a dizer ao me despedir de São Bernardo do Campo. Levo comigo a memória, a imagem/palavra de uma cidade que desliza com arte a história dos trabalhadores sobre o papel e neste percurso escrevo um pedacinho da luta que também é minha.
São Bernardo do Campo, início do verão, 2011
Graça Graúna (indígena potiguaraRN)
Para saber mais:
Período da Exposição “A estrutura e o sonho” e “Rio acima Rio abaixo”: 26/11/2011 31/1/2012
A Pinacoteca fica na Rua Kara, 105, Jardim do Mar. O horário de visita é de terça-feira a sábado, das 9h às 17h. Entrada gratuita. Mais informações pelo telefone: (11) 4125-4056.

Presença indígena em hip hop no ABC

Pessoal, paz e bem. Teremos um big evento com presença indígena tambem (além do artesanato, teremos roda de conversa sobre cultura e diversidade, grafiteiros indigenas, entre outros). Venham conosco nessa,  para trocarmos idéias. Fiquem bem.

Marcos Júlio Aguiar
Coordenador do Projeto “Índios na Cidade” – Opção Brasil
Fones: (5511) 27590390 e (5511) 97291011
http://www.opcaobrasil.org.br/

1º Encontro da Nação Hip Hop – ABC

As 7 Cidades reunidas em um grande encontro cultural para discutir e trocar experiências para fortalecer o movimento Hip Hop da Região.

Oficinas Culturais de Break, Graffiti, DJ e MC, Palestras, Exposições, Shows, Recreação e Lazer, Skate e Muito Mais!!

Dia 14 de Novembro a partir da 9hs
Estação Jovem – Centro de Referência da Juventude de São Caetano do Sul
Rua Serafim Constantino, s/n, piso superior do módulo 2 do Terminal Nicolau Delic, Centro – São Caetano do Sul (ao lado da Estação de trem).
Entrada Livre para todas as idades
Telefone: (11) 4226-5518 / 7461 8650