para servir refeições para os índios
Da etnia Yanomami, o índio Kopenão, de Roraima, disse que ficou indignado ao receber a marmita com alimentos podres.
— Não é comida para cachorro, é comida contaminada que se dá para os indígenas. Somos seres humanos. Nem animal comia aquilo.
Segundo ele, a carne estava ruim e dava para sentir o cheiro ao abrir a quentinha.
— Vimos na hora.
Liderança da Aldeia Guaxuma, de Porto Seguro (BA), Mucaxo Pataxó também estava entre os que receberam o almoço estragado.
— Não comi porque dava para reconhecer. Como representante dos nossos parentes aqui, na hora vi a comida não dava para comer e devolvi. A gente tem costume de coisa boa, apesar de ser índio. Por que tratam a gente assim?
Se dizendo muito aborrecido, o representante da etnia Xerente, Srewe, de Tocantins, um dos que participou do protesto durante a tarde, contou que foi preciso interromper o debate para relatar a grave situação.
— Desde sábado já tinha reclamação que a comida não era de qualidade. Neste domingo, infelizmente, os povos indígenas não aguentaram. Não estamos acostumados a isso.
Responsável pelo Acampamento Terra Livre, inaugurado para 1.700 índios na última sexta-feira (15), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil informou que suspendeu o contrato com a empresa fornecedora do almoço. Para o jantar de domingo e para as demais refeições até sexta-feira (22) outra empresa foi contratada às pressas.