Rezador guarani na Pça dos Três Poderes, Brasília/DF. Foto: T. Miotto/Cimi

Pindorama

(Terra das palmeiras)

A Mãe Terra tem fôlego

pra cuidar das crias  

e dar de comer e dar de beber…

Até quando?

Do seu âmago surgiram as palmeiras

para o nosso abrigo,

o nosso vestuário

e o nosso alimento.

Na parição os bambus, as cabaças,

as sementes e as pedrinhas dos rios

surgiram pra encher de música

as flautas e as maracas

que animam as nossas aldeias.

A Mãe Terra nos anima, mas até quando?

Pelos rumores dos ventos

nem tudo está perdido:

as xamãs e os xamãs cantam

as pajés e os pajés dançam

para sustentar o céu.

…nem tudo está perdido

se dançarmos pela resistência

das nações indígenas,

por uma Terra sem Males

22 de abril de 2021, Dia da Terra

Graça Graúna

(indígena potiguara/RN)

Nota: antes de fazer esta postagem, pensei em pedir a primeira pessoa que ligasse para mim uma sugestão sobre a feitura do poema. Momentos depois, a amiga, leitora escritora Ceila Maria Ferreira ligou; então pedi que ela ouvisse a leitura que fiz do poema; sobre o título do poema, perguntei se caberia uma tradução da palavra tupy “Pindorama”. Ela acolheu o áudio, achou necessária a explicação, pois as pessoas em geral não sabem que “pindorama” significa Terra das palmeiras. Gratidão pela escuta e sugestões, querida Ceila.  


			

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