Foto: Lucypassos

…vontade de ficar numa rede
recitar poesia
corresponder aos teus abraços e mais coisas….

quero ao pé da fogueira
ouvir o velho Gonzaga
e profundamente
amar você

– Ao som dos foguetes lá longe
as árvores rodeando, nos vigiando.

– O frio, a gente conversando, lendo na rede
(eu adoro rede e tenho uma que uso para ler)
uma rede para nós dois
nosso leito nupcial

Ao pé da fogueira, tanta coisa!
O licor e o milho
o beijo para dar
o abraço e mais coisas…

uma noite de São João
era uma vez
a festa que ele esperou
e ela também, o ano inteiro.
Num instante, tudo se desfez
e só restou a canção

—- * —-

“Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci” (Bandeira).

Hoje, aos sessent’anos
leio Bandeira
Profundamente

Graça Graúna (indígena potiuara/RN)
Nordeste do Brasil, 25.jul.2008
Nota: no site Overmundo, este poema foi contemplado com votos.

Um comentário sobre “Quase idílio

  1. amanhã temos rede, milho, gonzaga, fogueira e a saudade de você. Estamos comemorando as marcas daquela escada que fizemos quando a casa foi erguida. Nem sempre precisamos ver o fim da festa, se participamos de todos os pequenos instantes dela. Faz de conta que vc está aqui. Amamos você!

    Curtir

Deixe um comentário