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Querida mana,
poderia postar no seu blog minha contribuição?
Trabalhando ou orando, em silêncio ou gritando. Amo todos vocês.
Cordiais Saudações,
Verônica Manauara
Cordiais Saudações,
Verônica Manauara
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“O´ Meu Deus!
Meu Deus, meu Alá, meu Tupã
Estou com medo dos invasores!
Invasores extra-terrestres
Invasores europeus
Invasores políticos
Estou com muito medo!
Invasores invisíveis
Na calada da noite, ou ao romper do dia
A céu aberto ou nas coxias
Sob os olhos dos Santos ou da Virgem Maria
Ninguém faz nada!
Estou com medo ou apreensiva?
O´ Meu Deus!, o´ Nhanderu!, Itwkov´ti! Deus de Abraão e de todos os mundos!
Tem invasores na Terra, invasores na água, invasores no ar, invasores no corpo,
Corpos estranhos, invasores epidêmicos, agentes multiplicadores
Invasores econômicos e economistas
Politiqueiros, vigários e vigaristas
Estou com medo!
Não sei se é medo ou repugnância
Consultas médicas, consultas fiscais, consultas públicas e mais generais
Procuro a minha sombra, procuro a minha perna que perdi na guerra
Procuro o meu chão
Procuro minha casa… procuro o meu nome certo.
Procuro minha terra – Dizem que só Deus que sabe
Não sei que idade tenho.
Corro e me escondo. Porque invadiram o espaço aéreo, vejo pássaros cintilantes com olhos de fogo estrondando na natureza – invadindo meu teto aberto.
Corro e me escondo apavorada como peixes que fogem da invasão motorizada içando a rede para cobertura mortal.
Corro porque os invasores querem me agarrar, me descobrir dentro do meu corpo, invadir meu interior para violar e mutilar o sagrado berço do futuro
Quero correr, mas não posso, não consigo sair da rede, meus ossos estão fracos, minha voz está cansada, minhas idéias lacrimejam.
Que idade eu tenho? Qual é a idade da Terra? qual a idade sua O´Meu Deus!
Deus da Força, Deus do Trovão, do Tufão e do Vulcão.
Grande Espírito, Criador de Tudo e de Todos
Ajude os invasores, eles perderam tudo – Eles perderam a origem, eles perderam a alma,
Perderam a cabeça, perderam a vergonha
Eles perderam o amor – ou foi perda congênita?
Hananim, Jeová, Javé, Yepá, Olorum!
Invadiram as casas vazias
Invadiram as casas cheias
Invasores na cabeça e bicho de pé na areia
Invasores na plantação, invasores na colméia
E minas diferentes por todo o chão
Invasores dos sonhos, invasores na floresta, invasores cibernéticos.
O´ Deus meu! – Meu Deus de tantos nomes!
Coloque em extinção os que extinguem nosso tudo
Os que extinguem a todos nós.
Eles, os invasores de tantos nomes, de tantos lugares, de tantos boicotes, de tantos anos…
E agora Javé?
A festa ainda não começou, o voto não adiantou, a promessa não ficou
E agora Javé?
É por toda a parte,
Na parte íntima e parte íntegra
Invasores de esquerda, invasores de direita
É de todo lado
São de todos os partidos… eles são tantos…
De uniforme ou de toga, de carteira ou de diploma, eles são tantos…
O meu Deus! Ó Aúra-Mazda, Ó Omama, O´ Zambi
Sujos ou perfumados, de gravata ou mascarados eles invadem
Invasores armados, borrados, robotizados.
Por que tenho medo e não tenho medo de nada?
Só tenho um trunfo, o trunfo para o Triunfo. Tenho a palavra tradicional guardada, Guardada desde o berço do ventre.
Sabemos quem somos. Conhecemos a tua promessa. Sabemos que somos donos. Sabemos que a última batalha nos legitimará como autônomos e livres Filhos do Grande Espírito e da Mãe Terra. Seremos vitoriosos.”
(*)Verônica Manauara – militante das causas sociculturais e esposa de Manuel Moura, lider Tukano.
És uma sobrevivente vitoriosa. Sua sabedoria não permitiu que invadissem, também, o seu pensar. Que a sua filosofia – nativa – faça renascer nos corações petrificados,a pureza que perdemos; às vezes pelo uso exacerbado e irresponsável de uma 'razão' particularizada.Um texto pra ser jogado ao mundo.Que as escolas possam ter acesso. Assim como tiveram, mesmo que tardiamente, ao discurso Luther King.Parabéns.
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Meu querido Jairo: a mana Veronica ficará muito feliz com as suas boas palavras. Bjos. Paz em Ñandeu.
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Graça, que lindo e significativo poema/oração da Verônica Manauara!!! Como é forte!!! A minha emoção é garnde e remonta o período em que envolvi em brumas espirituais – esotéricas – em que – para minha honra – uns anciãos pediam-me para escrever orações para suas emanações/transmutações!Ê, Monangareté, acolhe esta kunhã e nos acolhe a tod@s!AR
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