Não dá pra esquecer o momento que gerou em mim a consciência em torno do exercício de escrita. Primeiro veio o espanto misturado à dor e ao pranto diante da violência nas histórias contadas por uma menina judia. Esta é uma das lembranças mais fortes da minha adolescência. Foi o que senti/intui ao ler o Diário de Anne Frank. Achei que ali estava escrito o fim do mundo, que a vida não tinha mais chance de continuar no meio de tanta guerra. Meu pai que era ex-combatente, também falou dos horrores que ele viveu lá em Monte Castelo, na Itália. Posso dizer que Anne Frank contribuiu para a minha iniciação na escrita que eu considero um campo de batalha.
6. quem habita a estante da sua mente?
Uma multidão de pessoas, nomes e lugares… a começar por Ñanderu (Nosso Pai, em guarani) que invoco sempre e sobretudo agradeço pela alma de cada palavra que me chega ou vai com o vento. A ancestralidade habita os instantes das palavras que escuto, falo e escrevo. Primo pela oralidade, pelos mitos e em papel e tinta, carrego comigo uma série de poetas, pensadores e prosadores que eu amo bastante… Pessoa, Lorca, Bandeira, Drummond, Neruda, Risério, Clarice Lispector, Cecília Meireles, Luis Jardim, Graciliano Ramos, Quintana e Walter Benjamin, entre outros.
7. se não literatura, o que faria?
graça grauna · Recife, PE 1/5/2009 15:26
Parabéns, Graúna!
Roberto Costa Carvalho · Aracaju, SE 1/5/2009 17:16
Muitos beijos
Greta Marcon · Ponte Nova, MG1/5/2009 17:28
nina poeta · Rio de Janeiro, RJ 1/5/2009 17:28
E que provocação boa! Graças a ela podemos nos deliciar com essa entrivista ‘Na lata’. A cada dia que tenho a possibilidade de conhecer melhor você e seu povo me sinto presenteada.
Parabéns e parabéns sempre.
E que a paz seja em toda parte.
Bjos, Patty
menina_flor · Rio de Janeiro, RJ 1/5/2009 18:20
Bjs.
Wander. W@nder · Rio de Janeiro, RJ1/5/2009 19:02
Esta entrevista mostra o conhecimento ímpar do mundo indigenista, seu sentimento, e da sua cultura.
Um abraço.
Arimatéia.
Arimatéia Macêdo · Gurupi, TO 1/5/2009 19:55
Seu poema: ao escrever / dou conta da ancestralidade
do caminho de volta / do meu lugar no mundo. É poesia pura, transparente, da mais alta qualidade. Parabéns. Muita luz em Ñanderu. Isabel Furini · Curitiba, PR1/5/2009 20:17
Volto
Bjs LAURO WINCK · Torres, RS 1/5/2009 20:34
Graúna,
Sabia que tinha sido válida a noite de sono, o encontro com você mesma revirando as gavetas do passado.Incrível como a vida se torna repleta de encantos quando as asas da Graúna resolve rasgar o silêncio.Tenho você comigo no coraação.
Bjo.
José Geraldo · 1/5/2009 19:41
UMA SAUDAÇÃO INICIAL NOS VERSOS DE VINICUS E TOQUINHO:
NOS VERSOS MEU PAI OXALÁ
“Meu Pai Oxalá é o rei venha me valer
Meu Pai Oxalá é o rei venha me valer
No velho Omulu, Atotô Baluaê
No velho Omulu, Atotô Baluaê”
…
“Que vontade de chorar,
no terreiro de Oxalá,
quando eu dei com a minha ingrata,
que era filha de Iansã,
com a sua espada cor de prata em meio a multidão,
cercando Xangô num balanceio cheio de paixão”Um saudação a essa emtrevista em lata de uma cerva gelada
AMIGA GRAUNINHA
SAMUCA DE:
S lembra samba
A de amor
M de mulher
U de útil
C de cachaça
A de amizadeDentre todas as resposta essa foi profunda:
“Prazeroso é perceber que o universo pode habitar em um pontinho daquilo que escrevemos; prazeroso também é manter-se insatisfeito no mar da escrita”.
Sim sua autenticidade te leva em fluir verdades colhidas de um universo de pura prática na Faculdade da Vida com todos os vetores.
Samuca esse amigo apresentado te tocou com a vara curta mas não se protegeu de sua habilidade de guereira potiguara.
Um abraço aos dois e um beijo em seu coração
Mochiaro· Rio de Janeiro, RJ 1/5/2009 21:14
*Comentário: Grauninha querida, que lindo e emocionante te ver gritando NA LATA. (ou seja, na cara de todo mundo). Bradando um eterno grito de guerra.
Diziam que minha avó era filha de Português com Indio.
A enteada de minha avó cantava para que eu dormisse quando pequena:
O português canta:
Formosa Tapuia
Que fazes perdida
Nas matas sombrias
De intenso verão
As matas feias
tão tristes e escuras
não queiras tapuias
morrer de SezãoFala a índia:
Não quero carinho
pois teu ouru é falso
Meus pés não se estragam
Por andar descalso… etc etc
Ouvia esta canção diariamente junto com outras.
Grauninha você é uma
pessoa abençoada.
Ñanderu continui te protejendo. Bjs Mirtes Carvalho
Rio de Janeiro, RJ1/5/2009
*Comentário: você é uma porta-voz das nações indígenas dizimadas no Brasil, quiçá no mundo, uma arma, por assim dizer, dos verdadeiros donos da terra em defesa de suas crianças, seus adolescentes, suas mulheres e todo o complexo cultural que ainda resiste, que a sociedade dita civilizada despreza mas entretanto não alcança, porque de há muito perdeu o apuro dos sentidos, embotados pelos barulhos urbanos, pelos agrotóxicos e conservantes nas comidas, pela distância que a civilidade exige do outro, pela cegueira imposta pela poluição e pelo egoísmo… de dentro da Academia, que muitas vezes se sente incomodada com essa temática (por causa de seus vínculos com os poderosos) você faz ecoar o grito de alerta: escritores indígenas sofrem preconceito… Mas o importante, como diz Ihering, é a Luta pelo Direito. Vamos aí , nessa peleja, não podemos abrir mão do que é nosso direito: Resistência. Diacui Pataxo · Ilhéus, BA2/5/2009 00:09
patriciaborato · Rio de Janeiro, RJ 2/5/2009 00:10
E que provocação boa essa! Ganhamos todos nós!
Parabéns! Kisses, Naith, nairalacy · Osasco, SP 2/5/2009 00:14
Dayvson Fabiano “Imorrível” · Recife, PE 2/5/2009 01:52
aos que postaram antes de mim, (desculpem também)
Mas, Me perdoa INCLUIR mais alguma coisa nos possíveis motivos dos
teus motivos para escrever – A CAÇA AOS INDIGENAS DAS AMERICAS;
Me perdoa dizer que o “parcial massacre do judeu, a que se refere as citações sobre a II Guerra tem um pouco de auto-desefesa, do capital do mundo”. Tanto que “foram indenizados”. E o indigena? e o negro?
Se o judeu “foi indenizado” poderá ter havido um “inventário”. Quantos foram os índigenas mortos? De que forma foram mortos? O Judeu tinha, como tem, mecanismos de defesa. Qual? Dinheiro, mercadoria, comércio, intercâmbio, aliados….. E o índigena? “Nos conflitos de natureza étnicos, quase nunca há solidariedade”(Não se aplica aos judeus. Enquanto se aplica inteiramente ao índigena, ao negro)Me perdoa citar aqui, HISTORIA DA AMÉRICA, Rocha Pombo, ao qual eu intitularia de AMERICA O BERÇO DA DOR.
Me perdoa não deixar no espaço invisivel da edição.
No mais tudo que voce escreve soa poesia, portanto esperança.
beijão, Andre Pessego · São Paulo, SP 3/5/2009 04:58
O NOVO POETA.(W.Marques). · Franca, SP 3/5/2009 12:55
Sou gratíssima por você nos proporcionar sempre deliciosas leituras e ver o carinho que você tem pelo seu povo é um estímulo a nossa humanidade…
Parabéns, Grauninha…Da amiga e admiradora, Aube · Salvador, BA 3/5/2009 14:19
Claro, quando uma menina está com 13 anos tudo nela, certamente, é a perspectiva de vida, ela propria é a promessa de vida, ler os relatos a que se refere deve marcar sim, mesmo porque voce de nada sabia do índigena, do seu povo, da sua nação autoctone. ….
O judeu, proporcionalmente, não matou menos indio que o chegante europeu. Um dia as terras do Velho Camaragibe falarão, pelas terras e os antigos habitante do engenho do mesmo nome;
O judeu para o povo comum do Brasil talvez nada ofereceu ou oferece; em boradele, povo, tudo retira; Com certeza nada ofereceu ao negro, deserdado;Muito menos ao índio desterrado (ainda).
O judeu é privilegiado no Brasil, com pequenas conturbações nos primeiros tres quartéis do SEC. XVII, quando das primeiras descobertas dos Cristãos Novos, se amparam no seio do negro em Palmares.
Ninguém, no caldeirão que povoa o Brasil, é tão racista, no que diz respeito ao negro, que o judeu brasileiro; ninguem despreza menos o índio que o judeu.
Por fim, aqui e lá, o judeu é vitíma da própria segueira para compreender, da propria intolerância. Desculpa o meu bom SAMUCA, ter lhe tirado do foco do escrito. Mas, o artista de boa áurea tem este dom, também. abraço, Andre Pessego · São Paulo, SP3/5/2009 14:27
graça grauna · Recife, PE 3/5/2009 14:46
Bjs, Mirtes Carvalho · Rio de Janeiro, RJ 3/5/2009 16:51
Parabéns! Roberto Costa Carvalho · Aracaju, SE 3/5/2009 18:12
Cintia Thome · São Paulo, SP 3/5/2009 19:23
em comentários bem significativos. Assim sabemos mais e mais e você.
Parabéns à entrevistada e ao entrevistador.
bjs, Doroni Hilgenberg · Manaus, AM3/5/2009 20:46
Essa foi na lata mesmo! bjs Sinvaline · Uruaçu, GO 3/5/2009 21:41
bjs, Marcelo ShytaraLira · São Paulo, SP3/5/2009 23:26
Uma homenagem merecidíssima.
E enriquecida por um debate da maior importância histórica.
Parabéns à Grauninha, Samuca e aos comentaristas; bem sintetizados, a meu ver, nas colocações de Andre Pêssego.
Votado. wancisco franco · São Paulo, SP4/5/2009
Daniele Boechat · Rio de Janeiro, RJ4/5/2009 12:09
Jéfte Sinistro · Cabo de Santo Agostinho, PE 4/5/2009 17:51
Adroaldo Bauer · Porto Alegre, RS 4/5/2009 18:09
*Comentário: respondo na lata também então…
vc é bom pra K… Adla Viana · Vitória da Conquista, BA 4/5/2009 18:27
samuca, parabéns pela entrevista e em particular pela pergunta
‘2. pra que?’
beijos, Carlos Mota · Goiânia, GO 5/5/2009 12:56
Adoro samuca e a foto ficou massa!1
Tudo de primeira
BeijocasAiluj · Niterói, RJ 5/5/2009 15:17
dou conta da ancestralidade
do caminho de volta
do meu lugar no mundo
Perfeito!!! Bluebeijokas Raiblue · Salvador, BA 5/5/2009 15:53
Agora venho reler com calma
Uma aula de cultura
Vc\é maravilhosa
Um beijo grande Ailuj · Niterói, RJ 6/5/2009 01:30
ahhhhhh em tempo: adoro o Samura. bjsssssssss:0Cláudia Campello · Várzea Grande, MT 6/5/2009 14:48
A cada dia intereço-me mais em conhecer os meandros da literatura indígena.
Abraços!Junior Magrafil · Caxias, MA 7/5/2009 10:37
*Comentário
Luz e Paz. jbconrado.ayruman · Chapada dos Guimarães, MT 8/5/2009 01:00
Grauninha querida, que delícia de entrevista! Parabéns! Já disse algumas vezes do prazer que sinto ao ler você. E cada vez que aqui venho, mais descubro a alma deste ser especial que você é.Parabéns ao Samuca pela escolha da entrevistada e das perguntas.Beijos de luz e paz!Márcia
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Marcia, querida: é sempre uma alegria renovada recebê-la aqui.Volte sempre. Bjos.
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Samuca do meu coração, gratíssima por tudo e para sempre.
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Olá Caríssima tudo bem. Puxa que legal hein. Essa resistência e defesa cultural, no nosso país, se faz muito urgente. Nossas línguas estão à beira de um velório cultural. Legal essa entrevista. Nessa semana, comecei a trabalhar o tema meditação. É preciso de medita-ação a respeito das nossas línguas, ou seja, meditar e agir. Visite minha casa, quando puder. Abraços.
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Estimado Juliano: grata pelas impressões de leitura em torno da minha entrevista com o Samuca. Concordo plenamente com você, precisamos agir mais com relação a sobreviv~encias das línguas indígenas. Tu sabes que na intromissão de nosso valores mataram muito das nossas linguas e inventaram os jesuitas o falar tupi-guarani. Na medida do possivel venho reaprendendo o tupi e o guarani, separadamente. Que ñanderu (Nosso Pai, em guarani) ilumine teu caminhar nos pensamentos e nas ações. Bjos de luz, Grauninha
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Ao escreverdou conta da ancestralidadedo caminho de voltado meu lugar no mundoGraça Graúna,este seu verso junto ao Selo Literário veio abrilhantar o blog que busco gestar. Desejo muito que este verso encontre eco em mim e no trabalho que ainda tenho por realizar pela minha ascendência indígena. Saudações em Ñanderu!!! Valdiva
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Querida Valdiva:estou torcendo por você. Fico feliz com a sua doce presença no meu blog. Grata pelo carinha e atenção aosmeus escritos. Bjos e paz em Ñanderu.
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