Ilustração de Francisco Brenand para o método Paulo Freire de alfabetização de adultos, anos 60.

O grande pensador e educador nordestino Paulo Freire está vivo em nós, de maneira que nos impele sempre a estreitar os laços com a educação libertadora. Poucos se dão conta de que ele é também poeta e é nesse patamar que eu tomo a liberdade de apresentar, mais uma vez, os versos que escrevi em 2 de setembro de 2007, durante o VI Colóquio Internacional Paulo Freire, realizado no Centro de Convenções da UFPE. Em homenagem ao livro “Pedagogia da indignação” e ao centenário (19.09.1921/2021) do seu autor, apresento a minha “Poética da autonomia”:

I

Minha voz tem outra semântica,
outra música. Neste ritmo,
falo da resistência
da indignação
da justa ira dos traídos
e dos enganados

II
Apesar de tudo,
jamais desistir de apostar
na esperança
na palavra do outro
na seriedade
na amorosidade
na luta em que se aprende
o valor e a importância da raiva.
Jamais desistir de apostar demasiado
na liberdade

III

Apesar de tudo,
cabe o direito de sonhar
de estar no mundo
a favor da esperança
que nos anima

do cerrado/DF, setembro de 2021

Saudações libertárias,

Graça Graúna (indígena potiguara/RN)

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