Quando Marabá deixou a tribo
não foi por querer,
sendo filha de quem é
enfrentou as duras penas
de ser o que é
filha da mistura,
Marabá, apenas.Quem há de querer?

Se acaso feitura não é de Tupã,
quem define a história
dessa índia meio branca
dessa branca meio índia?

Quem há de querer
de Marabá as penas?

Graça Graúna. Tessituras da terra. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2001, p. 24.

10 comentários sobre “Feitura de Tupã

  1. Graça, que poesia excelente é essa?Não no encontro, mas na conjunção das diferenças, há os que nunca se recusarão às duras penas do heroísmo: aqueles que, com seus sangues de memória, se erguem na tradição, nas feituras de Tupã.Somente tendo isso em perspectiva, é que posso, neste instante, sentir Graça Grauna.Parabéns!

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  2. Grauninha querida, que coisa linda este poema!!De alguma forma, somos também Marabá, já que somos todos únicos em nossas diferenças, que precisam ser respeitadas. Somos frutos da miscigenação, o que enriquece ainda mais o nosso povo.Um beijo em seu coração, com carinhoMárcia

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  3. Marcia, minha irmãzinha linda: suas palavras tocam meu coração. Sabemos que não é facil ser filho ou filha da mistura ou marabá, pois ainda existe muito preconceito neste nosso país; muitos consideram que a nossa mistura empobrece a cultura. Grata pela leitura tão prestimosa. Bjos, Grauninha

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